Debate sobre a educação nas regiões metropolitanas, patrocinado pelo Instituto FHC, Brava e Fundação Lemann. Antes de assistir, confira os respectivos currículos dos patrocinadores:
- FHC: o presidente das privatizações;
- Instituto Brava: empresa catarinense de consultoria;
- Fundação Lemann: criada por Jorge Paulo Lemann, um dos controladores da Ambev, Burger King, Lojas Americanas, Submarino, entre outros.
Comentários:
Mito: a formação do professor, no Brasil, é muito inadequada.
Verdade: como em qualquer área, há aqueles que são incompetentes, mas a generalização induz a erros
de diagnóstico. Há muitos professores na rede pública que são mestres e doutores (eu sou um deles). Porém, não há o menor incentivo para que os docentes se aprimorem profissionalmente, nem condições mínimas para que realizem um trabalho satisfatório. Afinal, o Ivo Pitanguy, por mais gabaritado e reconhecido que seja, não conseguiria operar se o paciente fosse um leão selvagem, e o médico dispusesse somente de uma chave de roda e um alicate.
de diagnóstico. Há muitos professores na rede pública que são mestres e doutores (eu sou um deles). Porém, não há o menor incentivo para que os docentes se aprimorem profissionalmente, nem condições mínimas para que realizem um trabalho satisfatório. Afinal, o Ivo Pitanguy, por mais gabaritado e reconhecido que seja, não conseguiria operar se o paciente fosse um leão selvagem, e o médico dispusesse somente de uma chave de roda e um alicate.
Mito: gestores do governo são capazes de reconhecer quais conteúdos devem ou não ser lecionados nas universidades.
Verdade: gestor não possui capacidade técnica para avaliar o que deve ser lecionado nos cursos universitários. A visão do gestor sobre determinada área é utilitarista, muito diferente da visão científica. Além disso, deve ser considerado o fator "autonomia universitária".
Mito: São Paulo possui, há vários anos, uma política educacional sólida.
Verdade: depende do ponto de vista. Se for de desmantelamento e degradação do ensino público, há sim uma política sólida. Afinal, a rede pública de São Paulo possui índices péssimos, e salários tão pífios quanto no Rio de Janeiro.
Mito: o salário do professor no município do Rio é melhor que os pagos pelos demais municípios do estado.
Verdade: o salário está na média. Há municípios, como Duque de Caxias, que pagam até cerca de 50% a mais. É bom observar que a capital é mais rica que os demais municípios, e que seu custo de vida é muito mais elevado.
Mito: havia disparidade entre as escolas.
Verdade: ainda há disparidade. Para termos ideia, existem algumas pouquíssimas escolas que escolhem quais alunos podem estudar ali, as salas de aula são climatizadas e as turmas reduzidas. Essas, ostentam os melhores índices de desempenho e aparecem na revista Veja como sinais evidentes da melhoria na qualidade do ensino no Rio. Por outro lado, a esmagadora maioria recebe qualquer aluno (marginal, delinquente, problemático, incluído, etc), as turmas são cheias, e nem há sequer ventilador em todas as salas.
Mito: acabou a progressão automática.
Verdade: a progressão continua, posto que há uma série de subterfúgios criados pela SME para que os alunos sejam aprovados, como a média global, por exemplo (o sujeito leva bomba em matemática, português, geografia e história, mas vai muito bem em música e educação física. Pela média, ele é aprovado). Muitos alunos declarados como reprovados nos conselhos de classe são conduzidos à série seguinte a revelia dos professores e da direção da escola.
Mito: as provas de ciências, português e matemática, aplicadas pela SME, fazem parte da unificação do currículo escolar e permitem diagnosticar as deficiências dos alunos.
Verdade: observa-se facilmente que, muitas vezes, o conteúdo cobrado nas provas não tem a menor ligação com as propostas bimestrais. Além disso, a prova é de múltipla escolha, onde os alunos "chutam" as respostas. Muitos, aliás, nem leem a prova. Em matemática, especialmente, a maioria não efetua um cálculo sequer.
Mito: cadernos pedagógico (apostila) e portal de aulas digitais são materiais estruturados.
Verdade: as apostilas trazem um conteúdo sofrível e excessivamente sintético - quando não há erros notórios ou propaganda eleitoral do prefeito. As aulas digitais não passam de um site que custou um fortuna, mas cujo conteúdo é pouco utilizado por ser fraco demais.
Mito: A SME tenta trabalhar ao lado do professor.
Verdade: a secretária diz que o professor tem nível muito baixo; a cogitação dela assumir cargo no MEC foi motivo de duros protestos; os professores não têm autonomia para reprovar alunos; a secretária aliena-se das reclamações do professorado.
Mito: educopédia está dando muito certo.
Verdade: pouquíssimos professores a utilizam. Além disso, a rede de internet é precária e os aparelhos projetores não recebem manutenção, fatores que inviabilizam o acesso em muitas salas de aula.
Mito: a SME investiu muito na formação do professor.
Verdade: ser mestre ou doutor altera pouquíssimo o salário (uns cento e poucos reais a mais), e absolutamente nada na progressão da carreira (que não funciona há anos). A SME acredita que umas palestras no começo do ano letivo é "a" forma de capacitar o professor, caindo em evidente erro.
Mito: a SME rompeu com a ideia de imprimir marcas de governantes em prédios ou coisas que não são importantes à educação.
Verdade: a SME fez: GENTE, banco imobiliário do Dudu, campanha do Eduardo Paes nas apostilas, Ginásio Carioca, Ginásio do Samba, entre outras marcas não importantes mas vinculadas à imagem da gestão Paes como se fossem a salvação da lavoura. Além disso, em 2012, ano de eleição, a prefeitura doou aos alunos material completo, composto por mochila, cadernos, lápis... estampando enormemente a marca da prefeitura. Em 2013, ano que não é eleitoral, eles receberam uma pasta de plástico ordinário.
Mito: todos os novos concursos são para professores de 40h, como medida para fixar o professor.
Verdade: o edital para o cargo PI de História, por exemplo, foi retificado e passou a ser expresso que a carga horária dependerá de futura definição da SME. Além disso, no primeiro ano do mandato Paes, a SME divulgou circular pelas escolas onde informava que abriria a opção de escolha para os professores 16h ampliarem a carga horária. Estamos no segundo mandato e até agora só ficou nos planos.
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Atualização:
Mentir para o povão que votou no Eduardo Paes eu até entendo, pois faz parte da política do voto de cabresto. Entendo, e fique claro que este editor não concorda.Porém, mentir para seus pares neoliberais, bancados por empresas, é uma falta de honestidade sem sentido.
Será que a coitada sofre de mitomania ou está vendendo algum produto?
A formação do professor realmente não é a melhor, poderíamos melhorar muito, no entanto não só de professores se faz meninos bonzinhos e meninas boazinhas e mas de uma estrutura decente e salários dignos.... Desculpe secretária, mas a senhora mais uma vez está muito equivocada!
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